Afinal de ContasEstá no mapa – Afinal de Contas http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br por Marcelo Soares Mon, 31 Oct 2016 12:55:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O que concluir dos mapas do Nobel http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/15/o-que-concluir-dos-mapas-do-nobel/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/15/o-que-concluir-dos-mapas-do-nobel/#comments Mon, 15 Oct 2012 19:57:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=970
Máscara mortuária e testamento de Alfred Nobel (1833-1896). Foto: Diógenes Muniz/Folhapress

Os últimos agraciados com o Nobel em 2012 foram os de Economia.

Alvin Roth, 60, da Universidade Harvard, e Lloyd Shapley, 89, da Universidade da Califórnia, conquistaram o Prêmio Nobel de Economia de 2012 por pesquisas que mostram como unir diferentes agentes econômicos, como estudantes e escolas ou doadores de órgãos e pacientes.

(A bem da verdade, eles não receberam exatamente o Nobel – foram os vencedores do “Prêmio do Sveriges Riksbank em Memória de Alfred Nobel”. Essa categoria foi criada apenas em 1970, e o primeiro agraciado foi Paul Samuelson – o autor do clássico “Introdução à Análise Econômica”, editado desde 1948 e hoje em sua 19ª edição brasileira.)

Pelo mapa dos vencedores, o prêmio de economia também está todo concentrado no hemisfério Norte.

O que se depreende da série de mapas publicada aqui é que, nas ciências de maior rigor, ganhar o Nobel está relacionado a grana para pesquisa.

Saiu um ensaio bem-humorado correlacionando o prêmio Nobel ao consumo de chocolate, mas não vá se empanturrar. Correlação não é causa, e confundir um e outro leva a conclusões absurdas. Pesquisa científica e consumo de chocolate estão correlacionados, sim, mas são influenciados por um fator externo: a disponibilidade de grana para ir além das necessidades básicas.

Mesmo países onde muitos não têm grana para comprar chocolate têm histórias para contar. Daí o Nobel de literatura ter uma distribuição tão global. Mesmo países que não têm grana para pesquisar os mistérios dos átomos têm de encontrar soluções criativas para os eternos problemas de convívio. Daí o Nobel da paz ter saído para países muito mais pobres que o Brasil.

E nós com isso?

Não somos mais um país assolado por guerras e ditaduras, mas ainda não somos um país com grana sobrando para investir em pesquisa. Até porque a corrupção não deixa sobrar muita grana.

Pela planilha do Nobel, o único premiado que chegou a ter alguma relação concreta com o Brasil foi Peter Brian Medawar, Nobel de Medicina em 1960. Ele nasceu no Rio de Janeiro, mas era britânico e fez suas pesquisas no Reino Unido.

Nobel de Medicina ainda deve demorar muito a chegar, num país onde algumas enfermeiras têm a desnoção de administrar café e sopa na veia dos pacientes. Sim, o neurocientista Miguel Nicolelis é brasileiro. Só que ele trabalha onde mesmo? (Se dependesse de torcida, porém, eu vestiria a camiseta do time Suzana Herculano-Houzel.)

Nobel de Química e de Física também deve demorar um tanto, pelo pouco que se investe em pesquisa.

Mesmo sendo o Brasil um país pacífico, ainda precisamos comer muito feijão para concorrer ao Nobel da Paz. A participação brasileira no Haiti, a jogada para baixo do tapete da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a anistia, a incessante guerra do tráfico no Rio, a morte de gente como moscas nas estradas… tudo isso depõe contra.

Nobel de Economia já tivemos chance. O Brasil desenvolveu soluções sofisticadas de política pública para lidar com o flagelo da inflação nos anos 80 e 90. O mais especializado economista e o mais simples adolescente precisavam lidar com moedas e índices, em operações sofisticadas. Aprendi a fazer regra de três por causa disso, para prever quanto custaria meu gibi no mês seguinte. O colega Ygor Salles lembra que nosso sistema bancário é de uma complexidade rara no mundo por causa da alta inflação dos anos 80.

Aquele momento passou; hoje, os problemas são de outra ordem e não sei como está a pesquisa econômica no país. Shikida, eu sei que você está lendo este post. Está intimado a comparecer aos comentários, por favor.

Onde acho que talvez tenhamos chance é no Nobel de Literatura. Histórias para contar não faltam. Grandes inovadores da linguagem, como Ferreira Gullar, ainda estão por aí para contar a história. Um escritor popular como Paulo Coelho também tem forte ressonância internacional, embora faça literatura de consumo.

Claro que o Brasil não precisa ser um Sheldon Cooper, cujos grandes objetivos na vida são ganhar um Nobel e dominar o mundo (talvez não nessa ordem). Precisamos de pesquisa, e pesquisa boa, para desenvolver o país. E, se a pesquisa for excelente, que venha o prêmio.

Concluir isso não é “síndrome de vira-lata”, nem é “falar mal” do país, como alguns ufanistas podem, digamos, argumentar. É identificar fraquezas para trabalhar sobre elas.

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Led Zeppelin: a escassez lucrativa e o mapa http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/14/led-zeppelin-a-escassez-lucrativa-e-o-mapa/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/14/led-zeppelin-a-escassez-lucrativa-e-o-mapa/#comments Sun, 14 Oct 2012 19:55:15 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=958
Kevin Mazur/AFP

Estreia na sexta-feira o filme “Celebration Day”, com o último show do Led Zeppelin, de 2007. A banda acabou em 1980, depois da morte do baterista John Bonham. Em 2007, eles fizeram um último show beneficiente, com Jason Bonham, filho do baterista original, segurando as baquetas.

Durante cinco anos, vídeos amadores feitos pela plateia circularam pelo YouTube. Houve até uma espécie de “crowdsourcing” de DVD do show, editando imagens de várias câmeras amadoras diferentes. Encontrei esse DVD pirata numa loja em Bruxelas, certa vez. Mas nem o mais caprichado produto colaborativo tem a qualidade de um produto profissional. Olha o trailer de “Celebration Day”:

Os fãs do Led, especialmente aquela grande fatia que não foi contemporânea deles ou até era mas estava no hemisfério errado na época, não se conformam com a falta de novas turnês da banda. Pô, só um show? Nunca mais? Nem uma vezinha? É o que eles dizem, e há uma lógica econômica nisso.

Os fãs de outras bandas também não se conformam com o destaque que o lançamento desse filme vem recebendo. Ouvi de fãs do Deep Purple (minha banda favorita, diga-se) que não houve estardalhaço assim quando saiu o último DVD dos mestres, no ano passado. Mas até minha mulher viu um show da mesma turnê, aqui em São Paulo mesmo. Se perdesse, ano que vem deve ter de novo. Há uma lógica econômica nisso também.

A lógica é simples, e tem a ver com a mais básica lei da economia: oferta e procura. O Led Zeppelin sempre foi um mestre na arte de se fazer escasso. Não lançava singles; preferia segurar a expectativa dos fãs até sair o disco seguinte. Em meados dos anos 70, sumiu do mapa por um tempo, para voltar depois com escassos shows. Ao acabar, em 1980, nunca voltou de vez. Saem poucas coletâneas e poucos lançamentos ao vivo deles, e quando saem é um acontecimento. O show de 2007? Teve ingressos disputados a tapa até no ebay.

Escassez valoriza qualquer produto. Ainda mais quando é um produto bom.

O MAPA

Reprodução

A partir do site do Led Zeppelin, extraí todas as datas e locais dos 518 shows oficiais que o grupo fez em sua existência e preparei o mapa abaixo mostrando todas as cidades onde eles já tocaram.

A legenda: amarelinho teve um ou dois shows. Vermelhinho, até cinco shows. Verdinho, até 10. Roxo, até 20. Vermelhão, mais de 20.

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Nobel da Paz: de onde vêm os ganhadores? http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/12/nobel-da-paz-de-onde-vem-os-ganhadores/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/12/nobel-da-paz-de-onde-vem-os-ganhadores/#comments Sat, 13 Oct 2012 01:11:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=951 Hoje, a União Europeia ganhou o Nobel da Paz. Em meio a uma crise severa que põe em risco a estabilidade política da região, o comitê do Nobel levou em conta os esforços conciliatórios do continente nos últimos 60 anos.

É a vigésima-segunda vez em que uma instituição é premiada.

Veja no mapa abaixo todos os ganhadores do Nobel da Paz desde a criação do prêmio.

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Nobel de Química e Física: de onde vieram os vencedores até hoje? http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/10/nobel-de-quimica-de-onde-vieram-os-vencedores-ate-hoje/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/10/nobel-de-quimica-de-onde-vieram-os-vencedores-ate-hoje/#comments Wed, 10 Oct 2012 18:46:55 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=931 Saiu ontem o ganhador do Nobel de Química: é Brian Kobilka, 56, da Universidade Stanford. Ele e Robert Lefkowitz, da Universidade Duke, descobriram como receptores nervosos comunicavam ao corpo a ação de vários remédios. Leia mais em Ciência.

O mapa-múndi da excelência em química e física, de acordo com o Nobel, ainda fica praticamente todo na Europa e nos EUA. Veja abaixo os mapas de onde veio cada vencedor até 2012.

1. Química

2. Física

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Nobel de Literatura: de onde vieram os vencedores até hoje? http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/10/nobel-de-literatura-de-onde-vieram-os-vencedores-ate-hoje/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/10/nobel-de-literatura-de-onde-vieram-os-vencedores-ate-hoje/#comments Wed, 10 Oct 2012 18:23:19 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=927 Preparei um mapa mostrando de onde vieram os vencedores (até agora) do Nobel de Literatura, cujo vencedor de 2012 será anunciado amanhã. Clique nos pontos para saber mais sobre cada vencedor.

Os dados são do site oficial do prêmio Nobel. A descrição do motivo do prêmio está em inglês, como no original.

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O mapa dos fichas-sujas http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/02/o-mapa-dos-fichas-sujas/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/10/02/o-mapa-dos-fichas-sujas/#comments Tue, 02 Oct 2012 18:59:53 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=899 O site Congresso em Foco consultou a Justiça Eleitoral em todos os Estados e fez uma lista dos candidatos a prefeito, vice e vereador enquadrados na lei. Levantou 919 candidatos.

O problema: seria bem maior o número dos candidatos duvidosos se os TREs do Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte tivessem dado informações ao site.

Por enquanto, veja abaixo como está o mapa dos fichas-sujas nos municípios brasileiros. Cada tipo diferente de marcador indica uma quantidade diferente de fichas-sujas. Amarelinho é 1 ou 2. Vermelhinho é até 5. Verde é até 7. Roxo é até 10. Clique no município para ver detalhes.

Além dos Estados que não deram informações, os que deram nem sempre têm informações completas. E talvez um dos motivos seja o mesmo.

São Paulo informou apenas os candidatos a prefeito e a vice barrados pela lei. Vereador, não. Com 77.320 “vereançáveis” no Estado inteiro, deve haver mais do que algum de ficha duvidosa. O problema é que há muitos candidatos para poucos braços e muito pouco tempo.

As candidaturas são registradas no final de junho. A campanha começa em julho e dura três meses. Para barrar um ficha-suja, é preciso um processo. O Judiciário é lento e a demanda só cresce. Ou seja: quem não tem a ficha limpa pode começar a campanha sem medo e talvez até chegue a tomar posse.

EDITADO: O leitor Aluizio de Barros, professor universitário, fez em seu Facebook uma análise simples da proporção dos fichas-sujas já conhecidos entre os candidatos apresentados pelos partidos.  Vale a pena ler. Ele mostra a importância da proporção dos fichas-sujas dentro do bolo apresentado pelo partido. Um ficha-suja apresentado por um partido de poucos candidatos pesa muito mais do que cem apresentados por um partido com candidatos em quase todas as cidades do Brasil.

Claro que faria mais sentido os partidos recusarem legenda aos fichas-sujas, mas aí é outro problema.

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Três grandes hospitais de São Paulo têm antena de celular http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/27/tres-grandes-hospitais-de-sao-paulo-tem-antena-de-celular/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/27/tres-grandes-hospitais-de-sao-paulo-tem-antena-de-celular/#comments Thu, 27 Sep 2012 15:52:26 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=869 Logo no começo do blog, eu publiquei um banco de dados mostrando a localização de todas as antenas de celular de São Paulo. Há pouco tempo, o repórter Alexandre Aragão fuçou o material e descobriu que há antenas de celular instaladas no Hospital das Clínicas, no Albert Einstein e no Sírio-Libanês. Eles são os pontos azuis no mapa. Aproxime o mapa para ver melhor a localização.

O problema: como as antenas emitem radiação, elas devem por lei manter distância de pelo menos 50 metros de locais onde haja doentes.

SAIBA MAIS
Ação quer o fim de ‘antena pirata’ de celular (assinantes)
Anatel – Cadastro de estações radiobase
Planilha – Antenas de celular em São Paulo (baixe)

Veja abaixo o que o Alexandre apurou e o que os hospitais responderam.

Por Alexandre Aragão

Três grandes instituições médicas da capital paulista têm antenas de telefonia celular instaladas em suas dependências, de acordo com o banco de dados da Anatel. Uma lei municipal exige que esse tipo de equipamento fique a um raio de pelo menos50 metrosde estabelecimentos que recebem pessoas doentes.

O Hospital das Clínicas, o Hospital Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês reagem de modos diferentes quando perguntados sobre o assunto.

No primeiro caso, a instituição admite a presença da antena, mas afirma que ela se encontra “em um local afastado da área hospitalar”. Os responsáveis não responderam se o estabelecimento possui contrato de aluguel com alguma operadora –situação comum em antenas instaladas em locais privados.

O Albert Einstein, por sua vez, diz que “constatou-se que não há interferência da cobertura de telefonia celular com o funcionamento dos equipamentos do hospital”, mas não informa se há ou não antena em seu terreno. No Sírio-Libanês, apesar de a presença da antena ser apontada pelo banco de dados oficial da Anatel, a direção não comenta o assunto.

Claro e Vivo, apontadas pela Anatel como proprietárias dos equipamentos, também não quiseram se pronunciar.

A situação irregular dessas antenas pode representar risco ainda maior para pessoas internadas nas unidades. “A fragilidade do corpo humano em um hospital é muito grande”, diz a advogada Margarete Padueli, autora de uma tese de doutorado na Faculdade de Medicina da USP concluída neste ano sobre a situação das antenas na cidade. “O efeito cumulativo da radiação durante os dias de internação pode agravar a situação.”

 

*MAIORIA IRREGULAR*

Segundo números da PGM (Procuradoria Geral do Município), cerca de 65% das pouco mais de 4.000 antenas instaladas em São Paulo são irregulares. O dado faz parte de ação civil pública contra as empresas.

Há desde equipamentos em locais proibidos, como hospitais, até desrespeito à distância mínima exigida entre duas antenas, de100 metros.

Em maio, o TJ (Tribunal de Justiça) do Estado concedeu liminar proibindo a instalação de novos equipamentos até que a questão seja resolvida. A empresa que fizer alguma instalação deverá pagar multa diária de R$ 10 mil por cada nova antena.

Mesmo antes de a liminar ser concedida, a legislação já estabelecia uma multa de R$ 100 mil por antena irregular em caso de descumprimento.

Até agora, somente a Vivo procurou a prefeitura em busca de acordo judicial. “Os termos ainda estão sendo discutidos”, diz a procuradora Liliana Marçal. “Mas a prefeitura não transige no sentido de não instalarem antenas sem prévia licença.”

A empresa, por sua vez, pede que o trâmite para obtenção da licença seja agilizado. “Nossa proposta para isso é que haja um processamento eletrônico”, diz Liliana.

O principal motivo para que as leis imponham restrições à instalação de novas antenas é o risco à saúde pública. Em2011, aOMS (Organização Mundial da Saúde) reclassificou a radiação produzida por antenas de telefonia para a categoria 2b –“possivelmente cancerígeno”.

“São substâncias em que há alguma evidência de relação com o aparecimento de tumores”, explica o médico Olavo Feher, do Instituto do Câncer. “Um dos fatores que parece aumentar o risco é a proximidade com a fonte da radiação.”

A região da avenida Paulista, por exemplo, deveria ter medidores fixos. Para Margarete Padueli, da USP, a quantidade de antenas em distâncias próximas transformam a área “em um micro-ondas”.

Segundo a procuradora Liliana Marçal, antenas instaladas irregularmente e que não podem ficar dentro da lei devem ser desligadas e desinstaladas imediatamente. “No caso de antenas em hospitais, é impossível haver regularização.”

 

OUTRO LADO

Mesmo com riscos à população, a fiscalização por parte de órgãos das três esferas é falha, abrindo caminho para que as telefônicas descumpram a lei sem se preocupar com a punição.

No plano municipal, a Secretaria de Habitação é responsável por conceder a licença para a colocação de um novo equipamento. Para a PGM, muitas vezes as telefônicas realizam as instalações antes de pedir os documentos necessários.

Após a instalação –regular ou não–, o monitoramento fica a cargo de Anatel, Secretaria de Saúde estadual e Secretaria do Verde e do Meio Ambiente municipal. Porém, sem uma ação integrada por parte dos órgãos, poucas multas são aplicadas e cria-se um jogo de empurra.

Para a secretaria estadual, as ações estão “centradas atualmente nos órgãos municipais”. A secretaria municipal, por sua vez, diz que “não há parceria estabelecida” porque existem “pontos divergentes entre as leis, o que inviabiliza a aplicação conjunta de multas”.

A Anatel vai além. “Até hoje não foi encontrada em São Paulo nenhuma ERB [estação rádio-base, termo técnico para ‘antena’] irregular.” Segundo a agência reguladora, a fiscalização é feita principalmente por meio de pedidos do poder judiciário ou dos próprios cidadãos.

Além disso, acrescenta, áreas com grande concentração de equipamentos, como a avenida Paulista, são fiscalizadas “pelo menos uma vez por ano”.

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