Afinal de Contasmercado – Afinal de Contas http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br por Marcelo Soares Mon, 31 Oct 2016 12:55:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Brasil é o quarto país do mundo em depósitos em paraísos fiscais http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/07/22/brasil-e-o-quarto-pais-do-mundo-em-depositos-em-paraisos-fiscais/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/07/22/brasil-e-o-quarto-pais-do-mundo-em-depositos-em-paraisos-fiscais/#respond Sun, 22 Jul 2012 20:05:22 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=647 Nesta semana, o Judiciário das ilhas Jersey começou a comprovar que o ex-prefeito Paulo Maluf tem, ou ao menos já teve, contas em paraísos fiscais no exterior. É a reta final de um dos casos que fizeram com que Maluf se tornasse procurado pela Interpol.

Maluf não é o único a usar esse expediente, segundo o relatório The Price of Offshore Revisited, da organização sem fins lucrativos Tax Justice Network. Investidores brasileiros tornaram nosso país o quarto maior cliente desses locais onde se pode guardar dinheiro em razoável sigilo, sem responder a muitas perguntas e sem pagar imposto. A maior parte desses investidores dificilmente tem cargo público, mas tem dinheiro a ocultar.

Com ao menos US$ 520 bilhões em depósitos não contabilizados – pouco mais de um quinto do PIB oficial -, o Brasil perde apenas para a China (US$ 1,2 trilhões), Rússia (US$ 779 bilhões) e Coréia do Sul (US$ 779 bilhões), segundo o relatório, feito por um ex-economista da consultoria McKinsey & Co. Ao todo, ao menos US$ 21 trilhões “não contabilizados” estão depositados em paraísos fiscais.

A Tax Justice Network promete publicar os dados brutos da pesquisa.

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Matemática ruim impede o Brasil de aproveitar marés de dados http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/06/27/matematica-impede-o-brasil-de-aproveitar-mares-de-dados/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/06/27/matematica-impede-o-brasil-de-aproveitar-mares-de-dados/#comments Wed, 27 Jun 2012 15:46:33 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=486

Um curioso outro dia precisou ensinar um programador a calcular média aritmética. Parece inusitado, mas uma reportagem da Folha mostra que isso não é incomum. Segundo o repórter Helton Simões Gomes, a falta de conhecimento em matemática impede o desenvolvimento do setor de tecnologia de informação no Brasil.

“Com mercado de trabalho empregando 1,2 milhão de profissionais, o Brasil forma 85 mil, segundo a Brasscom (associação das empresas de tecnologia). O México, principal rival regional, forma 115 mil e tem 600 mil vagas”, diz a reportagem. Em 2010, empresas já diziam que precisavam contratar no exterior para desenvolver TI no Brasil.

LEIA MAIS
Matemática é pedra no caminho do setor tecnológico (Folha)
Escassez de mão de obra especializada leva companhias a contratar no exterior (Valor Econômico, 2010)
How Target Figured Out a Teen Girl Was Pregnant Before Her Father Did (Forbes, com matéria do New York Times)
Estudo comparativo sobre o ambiente institucional e de negócios de TIC em seis países da América Latina (Brasscom, seleção de conclusões)
O mercado dos profissionais de TI no Brasil (Brasscom)

Três habilidades são necessárias para trabalhar com tecnologia da informação: matemática, lógica de programação e inglês. Este último está deixando de ser problema. De acordo com levantamento da Brasscom, o entrave é a matemática, mal ensinada na educação básica.

Isso se reflete na qualidade dos produtos e serviços eletrônicos disponíveis no Brasil. Reflete-se até mesmo na quantidade de startups tecnológicas que apresentamos ao mundo. No levantamento da FastCompany sobre as 50 empresas mais inovadoras do mundo, o Brasil tem duas: a Boo-Box, de anúncios em mídias sociais, e a Bug Agentes Biológicos, que substitui pesticidas por insetos liberados de avião. É excelente termos ambas, mas é pouco no sétimo maior mercado mundial de TI.

O sucesso inicial do Google, criado no final dos anos 90, se devia a um algoritmo complexo que calculava a relevância de uma dada página ponderando pelo número de referenciadores nos resultados.

Na época, aqui no Brasil, nosso buscador nativo se chamava “Cadê”. Era basicamente um catálogo de páginas. Funcionava, mas não calculava relevância. Estava anos atrasado em relação ao que de melhor havia no mercado. Desde então, nunca mais ouvi falar de nenhum buscador nacional. “Não precisa, tem o Google”, alguns dirão. Será? Tenho dúvidas, e olha que eu uso bastante o Google.

Um dos aplicativos mais fascinantes que tenho usado para ler notícias e artigos que me surpreendam chama-se Zite. Ele está disponível para o iPad. A partir dos assuntos em que eu informei ter interesse e do que eu li e deixei de ler, do que eu marquei que gosto e do que eu marquei que não gosto, do que minhas redes sociais recebem ou deixam de receber, o Zite “aprende” que tipo de texto eu posso gostar de ler. Quanto mais eu uso, mais preciso ele fica.

O algoritmo é bastante complexo, segundo o blog deles. Este é o diagrama:

Zite

Todos os aplicativos relacionados a noticiário que eu conheço no Brasil funcionam basicamente pegando notícia de lá e trazendo para cá, sem muita inteligência por trás. Sempre se pode esperar pela versão traduzida dos aplicativos gringos. Mas é uma oportunidade que se perde.

Outra área relevante é a de garimpagem de informações nos dados produzidos por uma empresa para descobrir onde mexer para melhorar o desempenho. Sempre que ouço casos de sucesso em “business intelligence” e “data mining”, são casos de fora do Brasil. O mais recente é o da grife Target, que detectou a gravidez de uma adolescente antes mesmo que seu pai soubesse.

Não que as modas quantitativas não cheguem ao Brasil. Chegam, mas como item de despesa. Quando a moda eram sistemas de ERP (planejamento de recursos empresariais), as empresas gastaram grana pra comprar. Agora, a moda é falar em “big data”. E dê-lhe grana em novos sistemas. Quero conhecer os resultados, você conhece?

O problema: cada vez mais as empresas e indivíduos produzem dados. Esses dados ficam lá, guardadinhos, esperando serem “entrevistados” para contar alguma coisa. E o Brasil pouco aproveita. Quem aproveita? O Facebook, por exemplo, de maneira muito complicada para a privacidade dos usuários.

Quero conhecer casos brasileiros de uso inteligente das possibilidades dos dados. Mas parece que a falta de conhecimento matemático impede até mesmo que eles surjam.

Você conhece casos para apresentar? Conte aqui.

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Juro, o imposto sobre o medo, tem sua maior baixa http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/30/selic/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/30/selic/#comments Wed, 30 May 2012 23:46:54 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=403 O Copom anunciou hoje a redução da taxa básica de juros, a Selic, para 8,5% ao ano. É a menor taxa da história da Selic, criada em março de 1999. A partir desta reunião, o Banco Central será obrigado a tornar público o conteúdo do voto de cada diretor.

LEIA MAIS
Em decisão histórica, taxa de juros cai a 8,5% ao ano (Folha.com)
Queda da Selic terá pouco impacto sobre juros do crédito (Folha.com)
Saiba como bancos avaliam cliente (Folha.com)
Planilha com todo o histórico da taxa (Google Docs)

Juros são uma espécie de “imposto sobre o medo”. Quanto mais medo o mercado tem de não ser pago, maior o juro. Quanto mais medo o mercado tem que os investimentos fujam, maior o juro. Quanto mais medo o banco tem que o cliente dê calote, maior o juro para ele.

Sim, o juro varia de acordo com o perfil do cliente. Alguém que não acompanha o noticiário econômico pode ler isto e perguntar por que raios o juro do seu cartão de crédito é de mais de 10% ao mês. Ainda na semana passada, o BC informou que a taxa média de juros ao consumidor era de 40% ao ano.

Isso se deve ao spread bancário, que é a diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro e o que ele cobra dos clientes. Mais de um terço desse custo é atribuído à inadimplência. O infográfico abaixo é de 2009, mas é bastante didático:

Observe como as mais altas corcovas da escalada dos juros estão em 1999, quando o Brasil desvalorizou o real, e em 2002, quando houve a eleição presidencial em que Regina Duarte foi à TV afirmando ter medo. Depois tem outra corcova em 2005, época do mensalão, e outra em 2008, quando estourou a crise mundial.

Clique nesse gráfico aí em cima para ver o gráfico interativo com todo o histórico da Selic, mais a planilha completa com os dados.

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Como o New York Times visualizou o IPO do Facebook http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/18/como-o-new-york-times-visualizou-o-ipo-do-facebook/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/18/como-o-new-york-times-visualizou-o-ipo-do-facebook/#respond Fri, 18 May 2012 17:42:17 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=351 O New York Times fez uma excelente apresentação com dados num infográfico interativo comparando o IPO do Facebook com todos os de tecnologia desde o final dos anos 70.

Clique na imagem abaixo e explore o gráfico.

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Quanto vale o Facebook? http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/17/quanto-vale-o-facebook/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/17/quanto-vale-o-facebook/#comments Thu, 17 May 2012 18:08:24 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=346

O Facebook levantou hoje US$ 16 bilhões em seu IPO. Não foram vendidas todas as 484,4 milhões de ações, mas todas as 421,2 milhões vendidas saíram pelo preço máximo de US$ 38 cada.

Isso transforma a abertura de capital da rede social na décima maior dos últimos 25 anos, em valores atualizados pela inflação. Entre a da GM (2010) e a da British Gas (1986).

A Folha publicou hoje em sua versão impressa uma reportagem minha comparando o valor máximo previsto do IPO do Facebook (US$ 18,7 bi) ao de outros IPOs dos últimos 25 anos.  Mas ela levava em conta a venda de todas as ações.

LEIA MAIS
“Abertura do Facebook deve ser 9ª maior” (aberta e assinantes)
Quanto são US$ 10 bilhões na Bolsa?” (Afinal de Contas, 3/5)
Planilha com as 27 maiores IPOs do mundo e todas as IPOs brasileiras desde 2004
(Google Docs)
8ª emenda do prospecto do IPO do Facebook (SEC)

Do momento em que a empresa anunciou que venderia na Bolsa parte das suas ações até ontem, o prospecto do negócio teve oito emendas. Algumas aumentaram a faixa de preço que a rede social espera receber por ação. Outras aumentaram a quantidade de ações à venda.

Foi o caso da oitava emenda, publicada ontem pela SEC, o órgão que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos. Clique no gráfico abaixo – que ainda levava em conta a venda de todas as ações – para ver a planilha completa.

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Quanto são US$ 10 bilhões na Bolsa? http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/03/ipo-facebook/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/03/ipo-facebook/#comments Thu, 03 May 2012 21:30:17 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=280

Saiu a avaliação de quanto o Facebook pretende levantar no mercado ao abrir parte do seu capital na Bolsa neste mês: mais de US$ 10 bilhões. Isso é o dobro do que se falava em março. E pode chegar a US$ 13,6 bi, diz a notícia.

Esse não é o valor inteiro da empresa: para manter o controle, eles só vendem uma parte pequena das ações – apenas 5% delas. Só Mark Zuckerberg controla 28,4% das ações. Isso vai lhe dar 57% dos votos nas decisões da empresa, segundo a Slate.

BAIXE OS DADOS
Planilha com as 27 maiores IPOs do mundo e todas as IPOs brasileiras desde 2004 (Google Docs)
Prospecto do IPO do Facebook (SEC)

Bilhões têm tantos zeros que é difícil manter a perspectiva. Vamos ver algumas comparações, então.

Se o Facebook conseguir levantar US$ 10 bi no mercado, será a maior IPO (sigla para oferta pública inicial de ações) do setor de internet, mas apenas a sexta maior dos EUA e a 15ª maior do mundo. Terão levantado seis vezes o que o Google levantou ao ofertar suas ações no mercado. Se chegar aos US$ 13,6 bi que incluem os lotes suplementares, será a nona maior abertura de capital do mundo.

Até hoje, só uma IPO brasileira entrou entre as 27 maiores do mundo, segundo lista mantida pela Renaissance Capital: a do Santander Brasil, que negociou R$ 13,2 bilhões em ações em 2009 – ou pouco mais de US$ 7 bi. Com US$ 13,6 bi, a do Facebook seria quase o dobro.

Os US$ 13,6 bilhões que o Facebook pretende levantar valem hoje R$ 25,9 bilhões. Mais da metade dos R$ 45 bilhões que o governo brasileiro prometeu colocar no BNDES para emprestar a empresas brasileiras. (Duas diferenças: o Facebook é uma só empresa e vai usar a Bolsa, não empréstimos oficiais, para se capitalizar.)

Fiz uma planilha com os dados das 25 maiores IPOs globais de todos os tempos e de todas as IPOs brasileiras de 2004 até hoje. Bom proveito.

EDITADO: Incluí o valor dos lotes suplementares.

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Olho no Censo (2): No trabalho, menos crianças e mais velhos http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/01/olho-no-censo-2-no-trabalho-menos-criancas-e-mais-velhos/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/01/olho-no-censo-2-no-trabalho-menos-criancas-e-mais-velhos/#comments Tue, 01 May 2012 20:48:10 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=272

Este post é o segundo da série “Olho no Censo”, que verifica curiosidades disponíveis na riqueza de dados dos Resultados Gerais da Amostra.

Os resultados da amostra do Censo 2010 mostram que o mercado de trabalho tem cada vez menos crianças e mais cabeças brancas. Há menos trabalho de quem não deveria trabalhar, mas mais trabalho de quem não deveria precisar trabalhar.

VEJA OS DADOS
Planilha com dados nacionais (Google Docs)
Todas as tabelas da amostra do Censo (IBGE)

Em 2000, crianças representavam 2,1% da população economicamente ativa brasileira; os idosos, 0,9%. Apenas no Rio de Janeiro havia mais idosos do que crianças trabalhando.

Em 2010, crianças representavam 1,35% da população ativa brasileira e os idosos representavam 1,36%. Os Estados onde havia mais cabeças brancas do que dentes de leite no mercado de trabalho já eram oito: RN, PB, MG, RJ, SP, RS, MS e DF.

Na maior parte dos Estados, caiu nesses dez anos a proporção de crianças que trabalham – menos no Amazonas, Roraima, Amapá e Distrito Federal – este, o único Estado rico entre eles. Já a proporção dos idosos subiu em todos os Estados, menos Rio Grande do Norte.

De um lado, há um esforço para manter crianças na escola. Hoje, no Brasil, 97% das crianças entre 7 e 14 anos de idade estudam. Na ponta dos idosos, existe uma expectativa de vida cada vez maior e a necessidade de complementar a renda da aposentadoria – isso quando ela existe.

O que você consegue descobrir nesses dados? O que você pensa sobre o maior número de idosos no mercado de trabalho?

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A dificuldade de empreender http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/01/a-dificuldade-de-empreender/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/05/01/a-dificuldade-de-empreender/#comments Tue, 01 May 2012 19:23:22 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=270 A maior parte dos 70% de brasileiros que desejavam ser chefes de si mesmos em 2001 não chegou a realizar seu sonho. O dado é do Datafolha. Hoje a proporção dos sonhadores caiu para 60% e a dos que realizaram o sonho subiu de 9% para 11%, mas o que a pesquisa mostra efetivamente é a dificuldade de abrir negócio próprio no Brasil.

análise do Gustavo Patu mostra bem os motivos disso. Não é só uma questão de quem sonha com o negócio próprio ter ou não o “perfil empreendedor”, embora isso influa. Há muita questão de políticas públicas no meio. Há muita burocracia e complicação para conseguir tocar uma empresa.

Patu lembra especificamente o relatório Doing Business, divulgado todo ano pelo Banco Mundial. Ele compara a facilidade para abrir e tocar um negócio em 183 países – e, como lembra Patu, “o Brasil ocupou o longínquo 126º lugar no ranking, entre a Bósnia e a Tanzânia.”

Veja os fatores que, segundo o relatório, tornam tão difícil empreender no Brasil:

  • Pagar impostos no Brasil consome 2.600 horas da vida de uma empresa, contra 186 nos países da OCDE. Consome 67% do lucro, contra 42,7% na OCDE. Veja detalhes.
  • Fechar uma empresa insolvente demora 4 anos, contra 1,7 na OCDE. E custa 12% do patrimônio da empresa, contra 9% na OCDE. Veja detalhes.
  • Um alvará de construção demora 469 dias, contra 152 na OCDE. São 17 procedimentos. Veja detalhes.
  • Exportar toma 13 dias (10 na OCDE); importar toma 17 dias (11 na OCDE). O custo nos dois casos é o dobro. Ver detalhes.
  • Abrir uma empresa no Brasil depende de 13 procedimentos (contra 5 na OCDE) e demora 119 dias (contra 12 na OCDE). Veja detalhes.
  • Ir à Justiça para fazer cumprir um contrato? 731 dias (contra 518 na OCDE). O custo dessa litigância na proporção do valor disputado é até menor, mas são 45 procedimentos aqui contra 31 na OCDE. Ver detalhes.
  • Ligar a luz na empresa é mais rápido aqui do que em países ricos. Toma apenas 34 dias, contra 103 na OCDE. Veja detalhes.
  • Nem tudo é tão pior. Registrar um imóvel toma cerca de uma semana a mais do que na OCDE, mas são 13 procedimentos aqui contra 5 lá. Veja detalhes.

O site do Doing Business permite que você compare os dados do Brasil com os de outros países específicos. Bom proveito!

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Tordesilhas no século 21 http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/04/22/tordesilhas-no-seculo-21/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/04/22/tordesilhas-no-seculo-21/#comments Sun, 22 Apr 2012 17:00:24 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=177 Em pleno século 21, o Brasil continua dividido pela linha de Tordesilhas, que vigia quando Pedro Álvares Cabral aportou no país em 1500. Ao invés de dividir terras portuguesas e espanholas, a linha de Tordesilhas do século 21 divide a riqueza a leste e o potencial a oeste.

LEIA MAIS
Linha de Tordesilhas separa Brasil rico de Brasil promissor
Em Rondônia, sobra emprego mas falta onde gastar dinheiro
Planilha com dados de todas as cidades (Google Docs)

A Folha publica neste domingo uma reportagem, assinada por mim e pelo infografista Simon Ducroquet, que tenta verificar as desigualdades entre os dois lados da linha imaginária pactuada entre Portugal e Espanha quando os dois reinos sequer sabiam muito bem o que havia do lado de cá do Atlântico.

Com a aproximação do aniversário do Brasil, a ideia da página gráfica veio de Mário Kanno, editor adjunto de Arte. A intenção era mostrar as discrepâncias que o Brasil continua tendo.

Simon usou bases cartográficas do próprio IBGE e do Centro de Estudos da Metrópole, além de consultar o professor Jorge Cintra, da USP, sobre qual era a localização exata da linha de Tordesilhas. Com essa informação em mão, ele utilizou softwares georreferenciados para dividir os municípios brasileiros atuais entre Portugal e Espanha. Para a análise, usei dados de pesquisas diferentes do IBGE – Censo (2000 e 2010), Perfil dos Municípios e PIB dos Municípios (2000 e 2009)

Para acessar a planilha inteira e ver os dados do seu município, clique no infográfico abaixo.

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A multa de 68 segundos http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/04/16/a-multa-de-68-segundos/ http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/2012/04/16/a-multa-de-68-segundos/#respond Mon, 16 Apr 2012 20:58:40 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/16244531.jpeg http://afinaldecontas.blogfolha.uol.com.br/?p=113 Gosto de ver comparações inusitadas que ajudam a dar a dimensão das coisas.

O Google foi acusado de criar barreiras à investigação de possíveis abusos que ele pode ter cometido ao fotografar as ruas de cidades do mundo (inclusive São Paulo) para o Google Street View. A empresa chegou a pedir desculpa porque seus carros turbinados coletaram até as senhas de wi-fi de onde eles passaram.

A multa imposta pela Federal Communications Commission, a super-Anatel dos Estados Unidos: US$ 25 mil.

É muito ou é pouco?

A ProPublica fez as contas: em se tratando de uma empresa que, no último trimestre, lucrou US$ 2,89 bilhões, a multa representa apenas 68 segundos de lucros.

Um exemplo nacional: em março, a operadora Vivo foi multada em R$ 4,1 milhões por descumprir metas de qualidade. No ano inteiro de 2011, o lucro líquido da empresa foi de R$ 5,1 bilhões. Ou R$ 0,58 milhão por hora.

A multa, para usar o mesmo tipo de comparação feita pela ProPublica, representa 7 horas de lucro da Vivo.

Taí uma boa medida, que vou passar a usar.

EDITADO: nosso professor Gustavo Romano, do blog “Para Entender Direito“, enviou a seguinte observação muito pertinente sobre a medida em horas-lucro:

não se esqueça que sua nova medida tem o perigo de ser mais benéfica às empresas menos eficientes. uma empresa que dê prejuízo ao acionista (e sociedade) vai parecer muito mais prejudicada por essa nova forma de medir. pior: há um bis in idem. imagine uma multa de $365 em uma empresa que teria dado lucro de $720 se não fosse a multa. a multa representaria 6 meses, mas como a multa reduz o proprio lucro, ela na verdade representa 1 ano de lucro.

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