Quando pensamos em conflitos no campo, lembramos da Amazônia: assassinatos como os de Chico Mendes (no Acre) e da freira Dorothy Stang (no Pará) ganharam repercussão internacional. O Pará é o Estado que vem mais prontamente à memória, por conta dos grileiros. Mas onde mais ocorrem conflitos de terra, mesmo, é o Maranhão.
VEJA OS DADOS
Planilha de conflitos no campo (Google Docs)
Relatório Conflitos no Campo 2011 (CPT, em PDF)
Os dados são do relatório lançado nesta semana pela Pastoral da Terra. Está em PDF, e converti as principais tabelas em planilha.
O Maranhão foi o Estado que mais teve conflitos no campo no ano passado. Foram 251, ou quase 2 em cada 10 conflitos ocorridos no campo no Brasil. Deles, 224 conflitos foram por terra. Como o Pará é mais visível por causa de todos os problemas de terra, o Maranhão acaba ficando meio fora do nosso radar. Mas o ano passado foi bastante agitado por lá, se formos olhar o que foi publicado pela Folha.
No ano passado, houve menos mortes no Maranhão do que no Pará – foram 7 contra 12 -, mas houve muito mais ameaças. O relatório da CPT mostra 116 pessoas ameaçadas de morte no Maranhão, contra 78 no Pará. Pouco mais de um terço dos ameaçados em conflitos no campo no país estavam lá. Mais da metade dos ameaçados maranhenses (68) vive em quilombos. Dois deles foram mortos, em maio e junho – quando ainda havia apenas 59 ameaçados, segundo reportagem do Ricardo Schwarz.
Agora há pouco, entrando no site da Pastoral da Terra para buscar o link do relatório, vi que há uma discussão entre as autoridades maranhenses e a Pastoral da Terra sobre a definição desses conflitos. Para as autoridades locais, são conflitos de vizinhos. Para a Pastoral da Terra, são conflitos de terra. Vale a pena acompanhar.
O que mais você consegue descobrir nesta planilha?