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por Marcelo Soares

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Amartya Sen, o poeta das estatísticas sociais, inspira bolsa no Brasil

Por Marcelo Soares

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) abriu uma chamada pública (link) para “doutores que conheçam a obra do economista e filósofo indiano Amartya Sen e proponham-se a aplicá-la a um caso brasileiro”.  As inscrições vão até dia 19.

Ganhador do Nobel de Economia em 1998, Sen é um dos formuladores do Índice de Desenvolvimento Humano. Em Harvard, orienta dissertações no departamento de filosofia e deu cursos sobre a história moderna do sul da Ásia e a teoria da escolha social no departamento de economia.

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Em Harvard: Filosofia e Economia

Estou curioso para ver os resultados. Até há pouco tempo, tudo o que eu conhecia da obra de Sen eram os artigos ecológicos e uma ou outra frase usada em contextos de auto-ajuda. Tinha preguiça.

Mudei de ideia sobre sua obra quando o amigo Paulo Oliveira, secretário de Redação do jornal baiano “A Tarde”, me presenteou com o livro “Desenvolvimento como Liberdade“. Nesse livro, Amartya Sen consegue manter uma fina elegância no texto sem deixar de lado o rigor dos números. É dessa elegância que saem aqueles trechos que, descontextualizados, parecem autoajuda.

Trechos assim:

“É possível não sentir grande falta da segurança proporcionada pela democracia quando um país é afortunado o bastante para não estar enfrentando nenhuma calamidade séria, quando tudo está funcionando a contento. Mas o perigo da insegurança, nascido de mudanças na situação econômica ou em outras circunstâncias, ou de erros não corrigidos nas políticas, pode estar à espreita, por trás do que parece ser um Estado sadio.”

Num dos primeiros posts deste blog, comentei o desenvolvimento das medidas de bem-estar do país: PIB, IDH e agora o índice de felicidade interna bruta. Como se mede felicidade? Comentei as maneiras como a ONU está enfrentando o problema e apontei as dificuldades de obter informações públicas no Brasil sobre várias dimensões do bem-estar. Fica aí a dica para quem for se candidatar à bolsa.

Seguir as pegadas de Amartya Sen é uma tarefa e tanto. Se algum leitor deste blog for selecionado para a bolsa, não deixe de avisar por e-mail. Quero ser o primeiro a entrevistá-lo.

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