O site Congresso em Foco consultou a Justiça Eleitoral em todos os Estados e fez uma lista dos candidatos a prefeito, vice e vereador enquadrados na lei. Levantou 919 candidatos.
O problema: seria bem maior o número dos candidatos duvidosos se os TREs do Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte tivessem dado informações ao site.
Por enquanto, veja abaixo como está o mapa dos fichas-sujas nos municípios brasileiros. Cada tipo diferente de marcador indica uma quantidade diferente de fichas-sujas. Amarelinho é 1 ou 2. Vermelhinho é até 5. Verde é até 7. Roxo é até 10. Clique no município para ver detalhes.
Além dos Estados que não deram informações, os que deram nem sempre têm informações completas. E talvez um dos motivos seja o mesmo.
São Paulo informou apenas os candidatos a prefeito e a vice barrados pela lei. Vereador, não. Com 77.320 “vereançáveis” no Estado inteiro, deve haver mais do que algum de ficha duvidosa. O problema é que há muitos candidatos para poucos braços e muito pouco tempo.
As candidaturas são registradas no final de junho. A campanha começa em julho e dura três meses. Para barrar um ficha-suja, é preciso um processo. O Judiciário é lento e a demanda só cresce. Ou seja: quem não tem a ficha limpa pode começar a campanha sem medo e talvez até chegue a tomar posse.
EDITADO: O leitor Aluizio de Barros, professor universitário, fez em seu Facebook uma análise simples da proporção dos fichas-sujas já conhecidos entre os candidatos apresentados pelos partidos. Vale a pena ler. Ele mostra a importância da proporção dos fichas-sujas dentro do bolo apresentado pelo partido. Um ficha-suja apresentado por um partido de poucos candidatos pesa muito mais do que cem apresentados por um partido com candidatos em quase todas as cidades do Brasil.
Claro que faria mais sentido os partidos recusarem legenda aos fichas-sujas, mas aí é outro problema.