Ontem, o mau tempo de São Paulo fez anoitecer no meio da manhã. Uma amiga brincou no Facebook que os maias anteciparam o seu apocalipse, supostamente “previsto” para o dia 21 de dezembro. Na TV, há uma série de humor sobre a ansiedade de uma crédula.
Na China, diz Charles Nevin, da revista Intelligent Life, Lu Zhengai incorporou Noé e está construindo uma arca para se salvar do suposto apocalipse.
Ora, calendários são construções arbitrárias com forte raiz cultural. O calendário judaico marca 5.773 anos e o calendário chinês marca 4.710 anos (ambos de cerca de 354 dias). Um dos calendários maias tinha 260 dias.
O próprio calendário que utilizamos, o gregoriano, foi adotado em 1582 – quando o próprio império maia já estava praticamente extinto sob o tacão dos conquistadores espanhóis. Mais ainda: esse calendário foi emendado no século 18, dando um salto de mais de um mês.
Calendários são instrumentos úteis para planejamento, mas não os leve tão a sério. Aliás, levar “profecias” a sério já deveria ser causa para internação. Fica a sabedoria de Carmen Miranda:
De qualquer maneira, se algum crédulo convidar você para uma festa do fim do mundo, não deixe de ir. Pode ser a festa mais desbundante do ano. Não deixe de fazer fotos e vídeos. Certeza de que na hora ninguém vai se importar, porque, né, o mundo vai acabar.