Área vip refrigerada. Ingressos exorbitantes. Bebida cara. Esse é o mundo descrito hoje pela Ilustrada na reportagem “Cancelamentos, encalhe e inflação geram incerteza sobre megashows no Brasil“. Esse é o mundo do “rock gourmet” (na feliz expressão do blog Velho Punk).
Os empresários de espetáculos reclamam da meia-entrada, responsável hoje segundo eles pela maior parte dos ingressos vendidos – seja legítima, de quem é estudante mesmo, seja fraudada por quem não é.
Idosos também pagam meia, geralmente.
Cinemas mantidos por bancos e outras empresas em projetos subsidiados pelas leis de incentivo à cultura também dão meia-entrada para clientes do banco ou empresa mantenedora, que dá nome ao espaço.
Com tudo isso, os preços são reajustados. Cinema custa caro. Show custa absurdamente caro. A Ilustrada calculou, em valores atualizados, quanto teria custado o ingresso em festivais dos anos 90, em comparação com os do Lollapallooza (maior evento do “rock gourmet” no Brasil).
Num post do blog “Caro Dinheiro”, o professor Samy Dana calculou que o Brasil tem o quarto ingresso de cinema mais caro do mundo. Ele cita um dado da associação dos exibidores de cinema de Minas Gerais, dizendo que três a cada quatro ingressos são comprados com carteirinha de estudante.
Não existe meia entrada no país do rock gourmet. Existe entrada inteira, para quem paga meia, e dobrada, para nós trouxas.
Pessoalmente, sou a favor de abolir a entrada inteira/dobrada e cobrar meia/inteira de todo mundo de uma vez.