Nova York abre dados públicos até de barulho de carrinho de sorvete

Por Marcelo Soares

O resumo semanal do New York Times publicado hoje pela Folha conta a história de como os sherlock holmes digitais do Gabinete de Planejamento Político e Estratégico de Nova York cruzaram dados públicos digitais para identificar 95% dos restaurantes porcalhões que entupiam de gordura os esgotos da cidade. Diz o texto:

Pela modesta soma de US$ 1 milhão, num momento em que reduções orçamentárias exigem maior eficiência, o esquadrão duplicou nos últimos três anos o sucesso das autoridades municipais em encontrar lojas que vendiam cigarros contrabandeados, acelerou a retirada de árvores destruídas pelo furacão Sandy e ajudou a guiar os inspetores imobiliários diretamente até os edifícios onde as leis estavam sendo violadas e onde incêndios catastróficos tinham mais chances de acontecer.

Nova York abre uma variedade fascinante de dados públicos na internet. Quem acessa o endereço https://nycopendata.socrata.com/ pode acessar, entre outros, dados sobre:

Em São Paulo, a capital mais rica do Brasil, estamos longe de ter essa riqueza de dados disponível para o público em geral. (Alguém poderia argumentar, e com razão, que estamos longe inclusive de ter banheiros públicos para ter mapas abertos.)

É uma pena, porque esses dados abertos beneficiam todo mundo, não apenas a prefeitura.

Com esses dados, um desenvolvedor novaiorquino pode criar por exemplo um aplicativo que mostre onde há banheiros públicos perto de hotspots abertos de wi-fi para o cidadão poder assistir vídeos no YouTube na hora do aperto. Com os dados de uso do wi-fi quando é transmitido em hotspots em telefones públicos, pode inclusive dar indicadores da qualidade do serviço.