Chegou uma quantidade grande de comentários no post sobre as cotas.
Alguns questionavam o aspecto jurídico delas. A esses, recomendo o blog do Gustavo Romano. Outros questionavam o aspecto político. A esses, recomendo o blog É Tudo Política.
Dentro do tema do blog, alguns leitores questionaram o tamanho das diferenças. Por isso, voltei à tabela de ontem para fazer algumas comparações.
De fato, em apenas três cursos a nota de corte da cota 2 (estudantes negros e índios vindos de escolas públicas) foi maior do que a da ampla concorrência: artes aplicadas, bacharelado em física e bacharelado em geografia.
Em 21 cursos, a nota de corte da cota 2 (estudantes negros e índios de escolas públicas) foi mais de 10% menor que a nota da ampla concorrência. Comparei com a tabela de áreas usada pela Fapesp. Desses cursos:
- 9 são engenharias (agronômica, civil, de alimentos, de produção, elétrica – integral e noturno, mecânica, mecatrônica e química)
- 3 são de ciências “exatas e da Terra” (computação e química – bacharelado e licenciatura)
- 1 é de ciências biológicas (farmácia)
- 1 é de ciências agrárias (zootecnia)
Tem lá seu sentido, se lembrarmos das dificuldades que o ensino público tem para ensinar matemática. Dos outros sete cursos, os de ciências sociais aplicadas também têm sua cota de números:
- 3 de sociais aplicadas (Administração – integral e noturno – e Arquitetura e Urbanismo)
- 2 de humanas (Filosofia e Psicologia)
- 2 de linguística, letras e artes (Letras e Teatro)
As maiores diferenças estão aqui:
- teatro (-27,58%)
- engenharia elétrica integral (-23,25%)
- engenharia química (-22,77%)
- química bacharelado (-21,86%)
- engenharia mecânica (-20%)
O que me espanta, na verdade, é o tamanho da diferença na nota de corte de Teatro.
Em outros 16 cursos, a nota de corte da cota 2 não foi nem 10% maior e nem 10% menor do que a da ampla concorrência.
Que comparações você faz?